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Estratigrafia e interpretação paleogeográfica do Cenozoico continental do norte de Portugal

05 Dezembro 2000

PEREIRA, D. Insua; ALVES, M. I. Caetano; ARAÚJO, M. A.; CUNHA, P. Proença Cunha - Estratigrafia e interpretação paleogeográfica do Cenozóico continental do norte de Portugal. Ciências da Terra. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. ISSN 0254-055X. Vol. 14 (2000), p. 73-84.

Resumo

Apresenta-se uma interpretação paleogeográfica e tectono-sedimentar do norte de Portugal, tendo em conta estudos anteriores (geomorfologia, litostratigrafia, mineralogia, sedimentologia, paleontologia, etc.). O Cenozoico apresenta características distintas de acordo com o seu enquadramento morfotectónico na região oriental (Trás-os-Montes) ou próximo da costa atlântica (região ocidental, áreas do Minho e Douro Litoral). Na região oriental o registo sedimentar é considerado Neogénico, mas localmente identificou-se Paleogénico (?). Este registo mais antigo, representado por depósitos aluviais, foi preservado da completa erosão devido à sua posição no interior de fossas na zona de falha Bragança-Vilariça-Manteigas. Os episódios sedimentares seguintes (Tortoniano superior Zancleano ?), representados por duas unidades alostratigráficas, foram interpretados como sistemas fluviais entrançados de uma rede hidrográfica endorreica, drenando para a Bacia Terciária do Douro (para leste, em Espanha); atualmente, ainda se conservam cm depressões tectónicas e em vales fluviais escavados no soco. Posteriormente, a sedimentação a oriente toma-se mais escassa pois sistemas fluviais atlânticos (ex. o pré-Douro) capturaram, sucessivamente, anteriores drenagens endorreicas.O sector proximal da unidade alostratigráfica atribuída ao Placenciano está registado em Mirandela (Trás-os-Montes) mas o episódio fluvial seguinte (Gelasiano-Plistocénico inferior ?) já se documenta mais para oriente, conservado em altas plataformas e em depressões tectónicas. Na zona costeira ocidental, o registo sedimentar é atribuível ao Placenciano e ao Quaternário e está principalmente representado por terraços; localiza-se no interior dos largos vales fluviais dos rios Minho, Lima, Cávado e Ave, bem como em Alvarães e na plataforma litoral do Porto. Os episódios sedimentares terciários do norte de Portugal foram principalmente controlados pela tectónica, mas posteriormente (Placenciano-Quaternário) também pelo eustatismo.